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Banca de Qualificação - CRISTINA BEATRIZ WESCHENFELDER DIAS

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02/12/2024 - 08h30 - via webconferencia - Campus Porto Alegre/IFRS - O Scratch como Ferramenta Pedagógica para a Formação Leitora de Alunos com Transtorno do Espectro Autista e Facilitador da Socialização

A garantia de matrícula de estudantes com necessidades especiais em escolas regulares é um direito assegurado, mas a oferta de um atendimento adequado que garanta a aprendizagem desses alunos nas escolas da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul, ainda enfrenta muitos obstáculos. Observa-se um aumento significativo de matrículas de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição que afeta o desenvolvimento cerebral e influencia o comportamento, a comunicação e a interação com o mundo. Atender esses alunos tornou-se uma das maiores demandas de atendimento educacional especializado nas escolas. Os desafios se intensificam principalmente nas séries finais do ensino fundamental, quando o currículo passa a ser fragmentado em áreas do conhecimento, com vários professores diferentes. Diante desse cenário, esta pesquisa propõe a elaboração de um produto educacional capaz de contribuir para a aprendizagem desses discentes, intitulado “Oficina Literadeira”. O produto será implementado com seis alunos autistas, entre 12 e 15 anos, com foco no desenvolvimento das habilidades linguísticas deste grupo. A oficina integrará tecnologia, literatura, e atividades lúdicas e interativas, visando responder à pergunta de pesquisa: “De que forma o Scratch pode contribuir para a formação leitora de alunos com TEA e colaborar com a socialização destes alunos?” O Scratch é uma ferramenta digital, inspirada e fundamentada na espiral e nos 4Ps da aprendizagem criativa, utilizada em diversos países para impulsionar o aprendizado dos estudantes. Ela oferece um ambiente de possibilidades ilimitadas ao permitir “paredes amplas”, reconhecendo que a criatividade não pode ser mensurada ou limitada. Ao mesmo tempo é inclusiva, na medida em que permite que todos iniciem no seu ritmo, mesmo sem conhecimento prévio da ferramenta. Essa flexibilidade possibilita a exploração, estimula a autonomia e o desenvolvimento das habilidades, fomentando o aprendizado. A pesquisa combinará revisão bibliográfica e aplicação do produto, utilizando uma metodologia de pesquisa-ação. Os dados serão coletados por meio das observações da pesquisadora, registradas em diário de campo, e por meio de entrevistas com os alunos participantes e seus responsáveis ao longo do processo. O objetivo é verificar se o uso da plataforma de computação criativa Scratch pode contribuir para o desenvolvimento da leitura e da escrita dos alunos com TEA, reduzindo os bloqueios linguísticos que dificultam a criação do hábito da leitura e a compreensão textual, impactando, consequentemente, a aprendizagem de outros componentes curriculares. Além disso, a pesquisa tenciona descobrir se o aspecto social da leitura, combinado com a colaboração proporcionada pelo Scratch, pode promover a socialização dos alunos. Considerando, conforme Vygotsky, que o aprendizado ocorre na interação com o outro, espera-se que o uso da plataforma colaborativa, como o Scratch, possa contribuir para o desenvolvimento das habilidades sociais e comunicativas dos alunos. Os resultados desta pesquisa poderão beneficiar professores e profissionais da educação que atuam com alunos com TEA, fornecendo subsídios para a elaboração de atividades pedagógicas mais inclusivas e adequadas às suas necessidades.

 

Membros da Banca

MARCELO AUGUSTO RAUH SCHMITT (ORIENTADOR)
SILVIA DE CASTRO BERTAGNOLLI
ANDRÉ PERES
RAQUEL DE MIRANDA BARBOSA

 

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